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O mecanismo do descobrimento não é lógico ou intelectual. É uma iluminação súbita, quase um êxtase. Em seguida, a inteligência analisa e a experiência confirma a intuição. Além disso, há uma
conexão com a imaginação.— Albert Einstein

1ª PARTE — CAPÍTULO I — INTRODUÇÃO

O QUE É O RACIONALISMO CRISTÃO?
O Racionalismo Cristão surgiu, no mundo Terra, junto com o ser humano. Pode-se dizer até que é preexistente – tão velho quanto o próprio mundo.

Tão velho quanto o próprio mundo porque seus Princípios Doutrinários são eternos; em função das Leis Universais, principalmente as Leis de atração e de causa e efeito, sempre existiram.

São Princípios voltados para a evolução dos seres humanos, que tratam do inter-relacionamento entre todos os seres vivos e, de cada um desses com a Natureza.

Durante dezenas de milênios, o homem primitivo migrou, premido pela necessidade de sobrevivência, de segurança e de bem-estar. Nesses deslocamentos, muitos grupos

foram-se reunindo e, como conseqüência, passou por um processo de demiscigenação. Foram adquirindo mais conhecimentos, desenvolvendo sua inteligência e espiritualidade. Tudo como resultado de um bom relacionamento, que era e será sempre muito importante para a própria sobrevivência de todos.
Por esse processo contínuo de reunião de grupos, formaram-se grandes civilizações, com notável desenvolvimento, que já demonstravam possuir grau de espiritualidade maior.

Assim ocorreu, em várias partes do mundo: na região da atual China e Índia, no Vale do Nilo: berço do Egito Antigo, no Vale entre os rios Tigre e Eufrates: a Mesopotâmia, berço da escrita no Oriente Médio e, até mesmo, nas Américas, durante a Era Mesolítica, quando, pelo mesmo processo de migração, reuniram-se povos que deram origem às grandes civilizações Asteca, Inca e Maia.

Parte dos povos dessas civilizações, principalmente do Oriente Médio, migrando mais uma vez, atravessou o mar Egeu e ocupou a parte mais setentrional da península dos Bálcãs e ilhas próximas. Foi assim (nesse momento supremo para a Humanidade) que a reunião de todos os conhecimentos de cada povo, naquela região da Grécia antiga, resultou em desenvolvimento ainda maior da espiritualidade que já possuíam, dando início à sua difusão pelo mundo.

A civilização que se instalou na Grécia primitiva é, com certeza, o marco do princípio de um desenvolvimento maior da espiritualidade do Ser Humano. A Grécia antiga ofereceu ao mundo muitos conhecimentos sobre as artes, as ciências e a vida, principalmente, através de filósofos como Pitágoras – que já, naquela época, admitia a reencarnação – Aristóteles, Platão, Sócrates e outros.

Sócrates era hostil a todo tipo de dogmas; seu método consistia em levar seus discípulos a verificarem suas próprias contradições. Entendia que o Ser Humano é, em si próprio, a imagem, a interpretação reflexiva do comportamento humano e das regras que o presidem.

Naquela época, os homens já elaboravam Códigos de conduta excelentes para a forma de vida que levavam. Em alguns desses Códigos, já defendiam os direitos individuais de todos os cidadãos, inclusive os direitos das mulheres, e até disciplinavam a adoção de crianças.

Nas guerras de conquista, muitos generais gregos adotavam conduta de homem verdadeiramente civilizado. Entendiam que a vitória numa guerra não se completava com o domínio homem a homem, com a morte e a destruição, o que era, e ainda é, muito difícil de se compreender nos dias de hoje.

A solução encontrada para o domínio efetivo sobre os vencidos foi levar sua cultura e conhecimentos a esses povos mais atrasados, ajuda econômica e, principalmente, fazendo com que seus soldados casassem com as mulheres do povo da região dominada pelas armas. Transmitiam, dessa forma, toda a sua cultura e, exercendo mais facilmente seu domínio.

Foi a partir dessa fabulosa Grécia que se deu início à grande civilização européia, iniciada com a expansão da magnífica Roma.

Com o conhecimento e a prática espiritualista das pitonisas no Templo de Apolo, com os oráculos trazidos do antigo Egito por seus iniciados, pode-se dizer que a Humanidade já tinha atingido grau de espiritualidade mais avançado. Estava, pois, preparada para novos conhecimentos sobre a vida. Era preciso, portanto, que um pouco mais da verdadeira espiritualidade fosse revelada ao Ser Humano.
.Para tal fim – programado em Plano Astral Superior – veio ao mundo Terra um espírito de escol, de luz puríssima, sobejamente preparado, para divulgar ao mundo os porquês da vida – não somente sobre a vida na Terra, mas em todo o Universo. Esse espírito foi JESUS!

JESUS demonstrou aos homens, como Partícula Inteligente que são, quais os deveres pessoais de cada espírito encarnado – deveres assumidos perante sua própria consciência, antes de vir ao mundo Terra.

Comprovou que a evolução se faz através de inúmeras encarnações; que a FORÇA do pensamento é uma arma poderosíssima, que tanto pode beneficiar como prejudicar os Seres Humanos; mostrou que todos somos irmãos em essência, temos a mesma origem; que só o amor constrói.

Esses e muitos outros ensinamentos foram fartamente explicados e divulgados por JESUS. Todos de fundo moral elevado e da mais pura ética. Ensinamentos imprescindíveis ao bem-viver pessoal e que devem nortear todas as relações humanas. JESUS cumpriu com sua missão na Terra, lançando essa SEMENTE da VERDADE. Desencarnou com toda naturalidade, após ter cumprido com seu desiderato.

A idade de 33 anos, com que dizem desencarnou JESUS, está um pouco acima da média de vida dos homens daquela época. A fantasia da morte na cruz e tudo mais que contam a seu respeito é pura invenção. Um Espírito como JESUS não tinha condições de permanecer mais tempo envolvido com as misérias terrenas. Afinal, Leis são Leis, e o que mais almejava, após ter cumprido com sua sublime missão, era retornar imediatamente ao seu mundo espiritual.

Muitos dizem até que JESUS migrou para a China, e que existe, naquela região, comprovação de seu desencarne em idade avançada; dizem outros que se refugiou na França e fundou uma Doutrina Eclética. Tudo pura invencionice.

Passaram-se alguns séculos mais, até que fosse fundada a grande Nação Portuguesa. Muitos espíritos evoluídos encarnaram nessa Nação, trazendo ao mundo muitos exemplos de altíssima espiritualidade. Assim foi com o Rei Afonso Henriques (primeiro Rei de Portugal), com Camões, com Antonio Vieira, e com muito outros, todos sucessores do lusitano Viriato, humilde pastor que resistiu bravamente, durante muitos anos, à invasão dos melhores generais das legiões romanas – foi traído por pessoas de sua confiança.

Através da garra, da espiritualidade e dos feitos do povo dessa Nação, como a circunavegação e os grandes descobrimentos, principalmente do Brasil, o mundo globalizou-se e desenvolveu-se.

Tudo adredemente preparado em plano Astral Superior por uma plêiade de espíritos luminosos. Muitos desses espíritos, voluntariamente, vieram ao mundo Terra para realização dessas e outras transformações.

A partir desses acontecimentos, o mundo foi-se preparando para novo desabrochar do conhecimento espiritual, através das artes, das ciências e dos progressos na área social – com a Revolução Francesa, a implantação do Sistema Capitalista (no que toca a maior oferta de trabalho, a novas tecnologias e a aumento da produção), a Escola Positivista e muitos outros avanços. Tudo por obra de excelentes pensadores, espíritos luminosos que vieram ao mundo somente para ajudar a realizar tal desenvolvimento.

Além disso, a partir do século XVIII, muitos cientistas realizaram trabalhos de pesquisa sobre uma série de ocorrências de fenômenos físicos e espirituais, freqüentes naquela época – como as chamadas “mesas falantes”, materializações, ruídos, etc.

A partir daquela época, além das denominadas necromancias, começaram a surgir também algumas seitas e religiões científico-espiritualistas. Todas criadas com a participação de médiuns sem qualquer esclarecimento, sempre voltadas para a religiosidade e a ajuda humanística. Nenhuma voltada para a verdadeira finalidade da vida do encarnado: adquirir espiritualidade (corrigir seus maus hábitos e suas imperfeições).

Todas são obras de falanges de espíritos desencarnados que intuíam os médiuns sem conhecimentos sobre a vida fora da matéria, ao arrepio de qualquer disciplina. Tais falanges, constituídas por espíritos que haviam desencarnado e viviam irregularmente na atmosfera terrena, sem outros conhecimentos além dos que tinham aprendido quando encarnados, desenvolviam suas próprias teologias.
.Muitas organizações religiosas – algumas milenares – cometeram inúmeras injustiças e prejudicaram grandemente a humanidade, não só pela confabulação com esses espíritos obsessores – e, também, por influência deles – mas, principalmente, pela total falta de esclarecimento.

Algumas religiões chegaram a afirmar que os seres humanos da raça negra não tinham alma – discriminando-os e alijando-os da vida em sociedade – como se fossem, simplesmente, animais domesticados, destinados tão-somente ao trabalho. Isso foi terrível! Não entendiam que o espírito não tem cor, como também não tem sexo. Como esclarece o Racionalismo Cristão, somos todos irmãos em essência.

Muitas dessas falanges de espíritos grandemente obsessores incluíram nos seus princípios doutrinários que o esclarecimento do homem tem como finalidade única que crie este asinha de anjo, passando, então, ao desencarnar, a habitar a atmosfera de determinado planeta do sistema solar. Enfoques doutrinários outros acenavam-lhe com o céu ou o paraíso.

Em 1910, foi implantada na Terra a Doutrina “Racionalismo Cristão”, restabelendo as VERDADES ensinadas por JESUS. Dois espíritos iluminadíssimos – LUIZ JOSÉ DE MATTOS E LUIZ ALVES THOMAZ – vieram ao mundo, voluntariamente, com essa missão.

Luiz de Mattos, para codificar a Doutrina e Luiz Thomaz, para dotá-la de recursos próprios, a fim de que fosse completamente independente, sem recorrer a óbolos ou a proteções governamentais, dizendo sempre a Verdade, doa a quem doer.

Luiz de Mattos valeu-se da semente da Doutrina ensinada por JESUS, trabalhando-a com todo carinho e plantando-a em terreno fértil: os crimes, os vícios, a desesperança, o sofrimento, a dor do ser humano. Essa semente foi regada com suor e lágrimas, germinando forte e robusta.

As decepções de Luiz de Mattos foram enormes. Chegaram a atentar contra sua própria vida. Espírito valoroso que era, a tudo resistiu resignadamente. Veio preparado de seu mundo de Luz, ciente de que encontraria inúmeros percalços. O mesmo ocorrera com JESUS, Espírito, já à época, absolutamente puro.

Depois da implantação e codificação da Doutrina, de sua divulgação através de livros, de conferências e de verdadeiros debates públicos através do jornal A Razão, já era tempo de o Espírito de Luiz de Mattos voltar ao seu mundo espiritual.

Foi quando outro Espírito de escol, Antonio do Nascimento Cottas, que tinha encarnado para dar prosseguimento a esse trabalho iniciado por Luiz de Mattos, assumiu a direção da Doutrina de Jesus. Antonio Cottas foi extraordinário no seu trabalho de mais de meio século à frente do Racionalismo Cristão. Concluiu brilhantemente o trabalho de codificação iniciado por Luiz de Mattos, tendo promovido também a consolidação da Doutrina. A semente transformara-se em árvore frondosa, já bastante desenvolvida e dando bons frutos: homens esclarecidos.

Sempre foi este o problema maior da Doutrina nas fases de implantação e consolidação: a escassez do elemento humano esclarecido, tão necessário ao devido apoio e auxílio às FORÇAS Superiores.

A par da implantação da Doutrina, necessário se fazia desanuviar a atmosfera terrena, tão poluída pela presença de gigantescas falanges de espíritos obsessores, que tanto influenciavam a vida dos seres humanos.

Muitos espíritos desencarnados ficaram presos à vida material, até mesmo por séculos. A grande maioria era de criminosos convictos, de vingativos, de galhofeiros e de viciados.

A partir de 19l0, quando, nas Casas Racionalistas Cristãs, iniciou-se o trabalho de perfeito sincronismo entre as equipes de seres humanos esclarecidos e a plêiade de espíritos do Astral Superior, milhares de milhares de espíritos foram sendo envolvidos por verdadeira malha fluídica e encaminhados para fora da atmosfera terrena.

A maioria desses espíritos foi atraída imediatamente por seu respectivo plano de vibração Astral Superior (os mundos de luz espiritual). Os mais impregnados de vibrações negativas adquiridas durante a vida foram obrigados – pelas Leis de atração dos fluidos – a estagiar em mundos de luz inferiores aos seus, até que se livrassem dessas vibrações e pudessem religar-se novamente ao seu respectivo plano de vibração Astral Superior (mundos espirituais).

Muitos desses espíritos perturbados (grudados ao corpo fluídico do ser humano), quando afastados do obsedado – muitas vezes à força – deixavam-lhe o corpo impregnado de seus miasmas pestilentos.

O corpo fluídico do ser humano – mesmo depois de livre do obsessor – fica ainda condicionado e cheio dessas vibrações negativas e precisa passar por verdadeiro tratamento psicoterápico: limpeza psíquica continuada (limpeza mental), além de ser esclarecido quanto à maneira de repelir e evitar esses envolvimentos.

Ainda que normalizado, caso não observe os esclarecimentos recebidos, tudo se poderá repetir e agravar, transformando-se em obsessão com graves problemas físicos, atingindo até o avassalamento e a loucura.

Essa Limpeza Astral da atmosfera terrena intensificou-se durante a presidência de Antonio Cottas. Alguns doentes que compareciam às Sessões Públicas para fazerem sua recuperação davam muito trabalho.

O Racionalismo Cristão não é seita nem religião. É Doutrina filosófica e espiritualista, por excelência.

É uma Escola de Princípios, onde se pratica um psiquismo puro e elevado – através da prática da Limpeza Psíquica – livrando a mente da poluição de pensamentos negativos e das agressões moral a que o ser humano é submetido a cada instante.

O Racionalismo Cristão prepara os espíritos encarnados para fiel cumprimento dos seus deveres, resignando-se, com valor e coragem, ao sofrimento derivado das lutas contra os maus hábitos e as imperfeições.

Seu código de Princípios é racional, enquadrando-se dentro do Raciocínio e da Lógica – são os Princípios ensinados por JESUS. Portanto, a Doutrina é racionalista e cristã.

São ensinamentos sobre a moral elevada e a ética pura, não existindo na Doutrina nada que possa prejudicar quem quer que seja.

Seu único objetivo é o esclarecimento da Humanidade segundo esses Princípios, para que todos aprendam a viver sem sofrimentos inúteis, bem como para que abandonem as idéias de religiosidade, de salvação, de proteção, de céu e inferno e outras fantasias que tanto iludiram e iludem a Humanidade durante séculos.

É Racionalismo porque estimula os seus estudantes a reformarem usos e costumes, como pré-requisito para melhor raciocinarem e, assim, viverem em função desses Princípios e das Leis Naturais e Imutáveis que regem TODO o Universo.

Essas Leis Naturais e Imutáveis foram elaboradas pelo Mestre codificador, Luiz de Mattos, baseadas em seus estudos e observações sobre os fenômenos espiríticos e físicos, principalmente, quanto à manifestação da Inteligência Universal em tudo que ocorre na Natureza.

As Leis Universais são a base científica de sustentação do Código de Princípios Doutrinários do Racionalismo Cristão. O Racionalismo Cristão é Doutrina holisticamente profunda. Ultrapassa o conhecimento sobre a inter-relação de tudo e de todos, não só no planeta Terra, mas com todo o Grande Foco, Vida do Universo.

Visão mais abrangente daquilo em que consiste o Racionalismo Cristão qualquer ser Humano poderá obter, desde que, livre de preconceitos e religiosidades, passe a estudar as obras editadas sobre a Doutrina.

Apesar de toda a evolução da Doutrina de JESUS, adaptada aos tempos atuais, ainda há quem não a compreenda e até a combata. Tal como ocorrera com JESUS e Luiz de Mattos – que tanto sofreram para implantar a Doutrina – com Antonio Cottas deu-se o mesmo: quanto mais progredia ela, maior era o combate movido contra aquele valoroso espírito.

Antonio Cottas deixou essa árvore frondosa firme e ereta, tendo-a livrado de muitas ervas daninhas que tentaram sufocá-la. Algumas chegaram até nossos tempos, durante a presidência de Humberto Machado Rodrigues.

De qualquer forma, a gigantesca árvore já alcançou tal desenvolvimento que suas raízes (raízes astrais) se acham fincadas em todo o orbe, e ninguém, jamais, conseguirá arrancá-la.
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Hoje, em todo o mundo Terra, já dá muitos frutos – frutos dulcíssimos: são todos os seres humanos que vão sendo esclarecidas pelo Racionalismo Cristão, deixando de sofrer inutilmente.

Pode-se dizer que Antonio Cottas, além de concluir o trabalho de codificação, escoimou da Doutrina tudo que pudesse iludir ou prejudicar o ser humano. Foi o grande consolidador da Doutrina.

O presidente Humberto Machado Rodrigues, concluiu com toda firmeza o trabalho de Antonio Cottas, eliminando outras ervas daninhas, além de poder-se afirmar que humanizou a Doutrina.

Em comparação com o esforço hercúleo a que se entregaram valorosos companheiros do passado, sentem os atuais militantes que as dificuldades diminuíram substancialmente. O trabalho é, hoje, mais ameno, sobrando, mesmo, tempo suficiente para horas de lazer e maior dedicação à família. É como se conduzissem os trabalhos de uma Doutrina deitada em berço esplendido.

As correntes do Racionalismo Cristão já se acham consolidadas. Os ambientes intermediários que servem como meios de ligação com as Forças Superiores já se apresentam bastante fortes – e são indissolúveis. O número de companheiros esclarecidos, a serviço das FORÇAS Superiores, é muito grande. São mais de 160 (cento e sessenta) Casas Racionalistas Cristãs funcionando dentro dos Princípios e da Disciplina recomendada na obra Prática do Racionalismo Cristão.

É de suma importância que todos se conscientizem de que Leis são Leis, e de que a Disciplina deve ser observada – nunca discutida – já que estabelecida por consenso entre os dirigentes máximos da Doutrina e, quase sempre, por orientação das Forças Superiores. A Doutrina é dirigida do Plano Astral Superior por uma plêiade de espíritos de luz puríssima, justificando-se, portanto, a plena confiança que todos dedicam às Forças Superiores, bem como ao teor de cada comunicação doutrinária.